3 dicas de criadores de gado gir leiteiro para ter sucesso com a raça
Existe segredo para uma produção de sucesso? Bom, se essa resposta existe, com certeza ela passa por um bom planejamento e um apropriado controle de produção.
Assim é possível que o produtor tenha um bom desempenho da propriedade e retorno financeiro com a atividade.
Mas, para que isso aconteça, alguns pontos devem ser levados em consideração. Confira algumas dicas que preparamos para você, produtor de leite.
Dica 1 – Controle zootécnico
O controle zootécnico é um gerenciamento feito na propriedade leiteira, onde o produtor levanta os números sobre a vida produtiva (controle leiteiro) e reprodutiva (controle reprodutivo) de cada animal.
Segundo informações da ABCGIL, a associação da raça, com essas informações o produtor terá um norteamento das decisões a serem tomadas, visando à eficiência e produtividade da atividade leiteira.
Ao realizar um controle de pesagens e controle reprodutivo de seu rebanho o produtor poderá:
·Conhecer a produção de cada vaca durante sua vida útil.
·Selecionar os animais de maior produção e descartar com segurança os piores animais do rebanho.
·Promover a secagem das vacas 60 dias antes do parto ou por baixa produção, segundo os critérios estipulados para o rebanho.
·Selecionar as filhas das melhores vacas para permanecerem no rebanho, promovendo o melhoramento genético dos animais.
·Conhecer quais são realmente as melhores vacas do rebanho, ou seja, aquelas que apresentam longo período de lactação e elevada persistência de produção.
·Verificar ao longo de um determinado período de tempo a evolução da produtividade do rebanho.
·Agregar valor ao rebanho, comercializando os tourinhos, filhos das melhores vacas.
O produtor de leite pode fazer o controle zootécnico de forma bastante simples, utilizando fichas padronizadas para controle leiteiro coletivo e individual dos animais.
Os principais indicadores zootécnicos são:
- Produção média diária por vaca em lactação (kg/vaca/dia).
- Produção anual de leite por hectare (kg/ha/ano).
- Produção de leite por vaca na lactação (kg/vaca).
- Duração da lactação (dias).
- Idade ao primeiro parto (meses).
- Porcentagem de vacas em lactação.
- Intervalo de partos (meses).
Dica 2 – Identificação do melhor sistema de produção
No Brasil, existem diversos métodos de manejo, variadas raças de gado de leite com características e produtividade diferentes.
Por isso, alguns fatores tais como o manejo nutricional e disponibilidade de alimentação, clima local, genética dos animais e a disponibilidade financeira do produtor rural são determinantes para a definição do sistema de produção mais viável.
Atualmente existem três tipos:
O Sistema extensivo, que é caracterizado na criação de animais a pasto, onde a base da alimentação são as pastagens;
O Sistema semi-intensivo, onde os animais são criados a pasto e recebem o reforço da suplementação volumosa em épocas de seca (com menor crescimento do pasto) ou em alguns casos durante todo o ano;
E o Sistema intensivo, onde as vacas são mantidas confinadas e alimentadas no cocho. Alguns exemplos de instalações do sistema intensivo são o Free Stall, Loose Housing, e Compost Barn.
É importante ressaltar que a escolha do sistema ideal não é padrão. Ou seja, o produtor deve optar pelo sistema que melhor se adapte às inúmeras variáveis dos seus recursos físicos, vegetais, animais e econômicos disponíveis.
Dica 3 – Higiene e sanidade animal
Prevenção, essa é a palavra que devemos ter em mente quando falamos de higiene e sanidade animal. Fazer o básico bem-feito já é 90% do caminho andado.
A maior parte dos problemas de saúde animal, são reflexos diretos ou indiretos de uma alimentação deficiente, agravados pela utilização de genética e manejo em sistemas inadequados.
Segundo informações da EMBRAPA gado de leite, as práticas voltadas para manter a sanidade do rebanho consistem basicamente em cuidados dispensados às vacas gestantes, ao parto, aos recém-nascidos, na prevenção contra as principais doenças infecto-contagiosas e no controle de endo e ectoparasitos. Vamos então a alguns cuidados:
Vacas gestantes/parto
Nos últimos dois meses de gestação é importante secar o leite da vaca, para que a glândula mamária possa “descansar” e preparar-se para a próxima lactação.
Três semanas antes do parto elas devem ser levadas para um pasto maternidade localizado próximo ao curral de modo a facilitar a inspeção diária e a necessária intervenção, quando necessária, na hora do parto.
É importante que, neste período, já recebam a mesma dieta que irão ter após o parto.
Cuidados com os recém-nascidos
Imediatamente após o parto, a cria deve mamar o colostro – a absorção máxima se dá entre as primeiras 6 até as 10 horas declinando gradualmente até as 36 horas – sendo importante que permaneça com a mãe nas primeiras 24 horas ou que pelo menos nela possa mamar a intervalos de 12 horas, o equivalente a 10% do seu peso.
Esses cuidados são cruciais para a futura saúde do animal, já que é pela ingestão e absorção do colostro que ele adquire os anticorpos, que são as defesas contra os agentes causadores das doenças.
O corte e desinfecção do umbigo é outra prática necessária para evitar a contaminação de doenças, usando-se, para isso, uma solução desinfetante constituída de álcool iodado a 10%.
Doenças infecto-contagiosas
Vale ressaltar que trabalhando-se com animais rústicos, bem alimentados e manejados de modo a terem conforto e bem-estar, os problemas relacionados com as principais doenças em gado leiteiro, passam a ser secundários e resolvidos na maioria das vezes com medidas preventivas, entre estas as vacinações obrigatórias contra aftosa, raiva, e brucelose que seguem esquemas específicos regulamentados pelas campanhas oficiais de governo. Vacinações contra o carbúnculo sintomático devem ser realizadas em todos os animais acima de três meses de idade, sendo repetida de seis em seis meses, até os dois anos de idade. Outras vacinas disponíveis no mercado devem ser utilizadas mediante indicação do veterinário.